sexta-feira, 1 de abril de 2011

Jovacs's Blog - Retratando Dia a Dia


Durante esta semana li um artigo na internet onde uma revista intitulada “Nós – Fora dos Eixos” publica o artigo abaixo postado afirmando que tudo divulgado sobre a morte em uma emboscada dos casal de cangaceiros, Lampião e Maria Bonita e mais 11 cabras é puramente uma farsa. O fotográfo José Geraldo Aguiar diz ter acompanhado o bando de Virgulino Ferreira por 17 anos e que Lampião e Maria Bonita viveram por muito no interior de Minas Gerais, o resto vocês podem conferir lendo parte da matéria publicada. J Valentim

Por Menezes y Morais *

O fotografo, técnico em contabilidade e escritor José Geraldo Aguiar promete revolucionar a história do cangaço brasileiro, no que diz respeito a Lampião, o Rei do Cangaço.

Com 50 anos (ele nasceu em 16 de outubro de 1949), José Geraldo Aguiar passou 17 anos pesquisando a vida de Lampião – que ele diz ter conhecido no interior de Minas Gerais – e publicou Lampião o Invencível – Duas Vidas, Duas Mortes, o outro lado da moeda (Thesarus, 2009).

O objetivo do livro, diz ele, é “provar” que Virgulino Ferreira da Silva não foi morto pela Polícia na localidade de Angicos, município de Poço Redondo (SE), na madrugada de 28 de julho de 1938, ao lado de 11 companheiros, incluindo a lendária Maria Bonita.

O livro de JGA certamente promoverá uma reviravolta na biografia de Lampião, que nasceu em 7 de julho de 1897, no sítio Ingazeira e foi criado em Vila Bela, atual Serra Talhada (PE), sendo transformado um dos mais conhecidos cangaceiros brasileiros, cantado em prosa e verso, com inúmeras biografias e cinebiografias.

Na redação da Nós – Fora dos Eixos, José Geraldo Aguiar falou sobre o seu livro, no qual agradece a Deus pela “dádiva de anunciar a sobrevida de Lampião.” Antes de lê-lo, eu não acreditava em sua versão. Em História não existe talvez nem “achismo”, inexistentes no relato do novo biógrafo do Rei do Cangaço. Daí, dou crédito à sua versão.

Nós – Fora dos Eixos: Há tempos alguns jornais noticiaram que você estava fazendo escrevendo uma outra história de Lampião, que entrou para o imaginário popular brasileiro como “O Rei do Cangaço”. O que istosignifica?

José Geraldo Aguiar: Trata-se da verdadeira história de Lampião. O meu livro é totalmente diferente das histórias que já escreveram sobre Lampião.

NFE: O que ele tem de novo para acrescentar às dezenas de títulos que já foram publicados sobre o tema, no Brasil e no exterior, inclusive na Literatura de Cordel?

JGA: Em relação à morte, estou contradizendo tudo que se escreveu: Lampião morreu no Estado de Minas, no noroeste de MG, no dia 3 de agosto de 1993, aos 96 anos de idade, de acordo com a certidão de nascimento dele, que consta no livro. O que se diz em contrário foi uma farsa.

NFE: Você está contradizendo tudo o que se escreveu sobre Lampião. Tem como provar isso?

Conforme José Geraldo Aguiar, Lampião teria escapado do cerco policial em Sergipe e morrido de morte natural no interior de Minas Gerais.

JGA: Tenho. Eu convivo com Lampião, um homem muito caridoso, durante cinco meses. Mesmo na época do cangaço, ele era caridoso. Ele relatou pra mim os fatos. Eu me senti na obrigação de não me acovardar. Senti-me na obrigação de transmitir para o mundo essa mega-descoberta.

NFE: Saiba que este repórter é incrédulo sobre o que você está afirmando, que Lampião não foi morto em Angico (SE), ao lado da companheira, Maria Bonita, e que não teve a cabeça cortada e exposta ao público, ao lado de Maria Bonita…

JGA: Pois saiba que essa versão não corresponde à verdade dos fatos com relação à morte de Lampião.

NFE; Como, quando e onde, então, Lampião morreu?

JGA: Eu já disse, Lampião morreu de morte natural no dia 3 de agosto de 1993. E Maria Bonita no dia 3 de agosto de 1978. Eu provo isso no meu livro.

Lampião e Maria Bonita, um casal cantado em prosa, verso e nas telas do cinema.

JGA: Eu conheci Lampião e fiz uma história investigativa, viajei em grande parte do Brasil pesquisando para montar o livro. Principalmente em Minas Gerais, foi principalmente por onde ele entrou, em Itacarambi – município que foi destaque no noticiário, sofreu um terremoto em 2008 – que à época era um povoado e hoje está emancipado, com o nome de São João das Missões.

NFE: Que Lampião, mais uma vez, tenha escapado do cerco da Polícia é factível. Mas que você o tenha conhecido, é preciso provas.Você o encontrou mesmo no interior de Minas Gerais?

JGA: Sim. Além de Itacarambi, Lampião esteve também em outras localidades mineiras. Na cidade do lado oposto do rio, Matias Cardoso Januária, depois esteve em três povoados: Tejuco, Brejo do Amparo e São Joaquim, todos povoados pertencentes ao município de Januária.

Voltando ele atravessou o rio São Francisco – tudo nas margens do São Francisco, as citadas – para o lado direito, estando no povoado de Pedra de Maria da Cruz, isso em 1945.Depois de Pedra…ele foi até Jaíba e depois Burarama, hoje Capitão Enéas. Fui conversando com pessoas. Ouvindo depoimentos de pessoas idosas e idôneas, fui escolhendo o que achei mais correto, que poderia mostrar mais credibilidade.

JGA: Lampião teve várias mulheres. Quando eu o conheci ele estava vivendo com outra. Eu não sou o único que fala que ele morreu de morte natural, em Minas Gerais. Vários escritores já disseram que ele não morreu em Angico, eu não sou o primeiro, só que eu tive dádiva de encontrá-lo. Fui o último amigo e confidente, estava com a história toda, só que ele me pediu para não divulgar nada enquanto ele estivesse vivo.

* Menezes y Morais, jornalista,

professor, escritor, historiador

e editor da Nós – Fora dos Eixos.

* José Geraldo Aguiar é fotografo e escritor.

Livro: Lampião o Invencível – Duas Vidas, Duas Mortes

– o outro lado da moeda.

Thesaurus Editora. www.thesaurus.com.br



Nenhum comentário:

Postar um comentário